Quando 1% é a metade de 100%!
Salve sua Carreira! Devolva o dinheiro!
Amigos e colegas ligavam o tempo todo com esse tipo de sugestões, além de implorar para que cancelasse o projeto, dado o fracasso iminente que se apresentava.
Mas ele não desistiu.
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Craig Vender era um dos principais pesquisadores a frente do Projeto Genoma Humano.
Em 1990 pesquisadores de várias partes do mundo se juntaram num projeto ambicioso: sequenciar completamente um único genoma humano.
O prazo estimado inicialmente era de 15 anos, e o orçamento, de cerca de 6 bilhões de dólares.
Após 7 anos de trabalho duro apenas 1% do sequenciamento havia sido concluído. Nesse ritmo levaria uns 700 anos até o sequenciamento total.
“Fracasso! Abandone o projeto! Salve sua carreira e devolva o dinheiro!”
Eram os conselhos que Craig recebia.
Mas pelo menos uma pessoa enxergava com outra lente.
![](http://jornadafinanceira.com.br/wp-content/uploads/Ray-Kurzweil-9.jpeg)
Ray Kurzweil, quando apresentado ao projeto ficou eufórico.
“Um porcento”, comemorava ele!
“Isso significa que já percorremos metade do caminho”.
Metade do caminho?? Como assim?
O que Kurzweil percebeu, ao contrário de todos, foi que a quantidade sequenciada estava dobrando a cada ano.
Nesse ritmo bastariam apenas 7 para concluir. E se já haviam passado 7 anos, era a metade do caminho.
A matemática de Kurzweil estava correta, e de fato o projeto foi considerado concluído em 2003, dois anos antes do prazo inicial estimado.
A matemática tem dessas coisas. Nossa mente raciocina de maneira linear, mas alguns fenômenos acontecem em nossas vidas de forma exponencial.
O legal dessa história é que não precisamos ser cientistas nem pesquisadores nem especialistas em nada pra tirar proveito dela.
Na parte 1 deste artigo eu falei sobre a primeira arma que podemos usar para levarmos nossa vida para o patamar que desejarmos: O CONHECIMENTO!
Hoje eu apresento a segunda: OS HÁBITOS!
De posse dessas duas forças tão poderosas podemos fazer maravilhas com nossas vidas.
Imagine que o seu desejo é o de viver muitos anos e que para isso você queira cuidar de sua saúde com perfeição. Afinal viver muitos anos sem saúde e sem qualidade de vida não deve ser o desejo de muitas pessoas.
Suponhamos que você teve acesso a tudo que existe disponível na ciência atualmente sobre se alimentar bem, sobre a prática de exercícios físicos, sobre meditação e espiritualidade, sobre relacionamentos saudáveis e qualquer outro tema que tenha a ver com sua saúde como um todo.
Você adquiriu CONHECIMENTO sobre todos esses tópicos.
Mas será que apenas o conhecimento garante que você vai colocar em prática tudo que aprendeu?
A triste verdade, infelizmente, é um sonoro NÃO. Somos seres humanos e não máquinas. Metade do nosso cérebro é razão, mas a outra metade é emoção!
Sentimos raiva, medo, preguiça, insegurança, alegria, tristeza, vergonha, coragem, amor, ciúme e tantos outros sentimentos que não caberiam aqui.
Na prática acabamos agindo por impulsos, levados por nossas emoções e muitas vezes fazemos o contrário do que aprendemos, racionalmente, como sendo o certo.
Quem nunca caiu sem dó em cima de um pudim de leite condensado mesmo sabendo que o açúcar é puro veneno?
Quantas vezes passamos horas na Netflix mesmo sabendo que deveríamos estar malhando?
Quantos de nós gastam mais do ganham mesmo sabendo o preço a se pagar lá na frente?
Fomos programados para não resistirmos às tentações e se não criarmos instrumentos para nos proteger dessas armadilhas, simplesmente não vamos muito longe.
Estaremos fadados a satisfazer prazeres imediatos em detrimento de um amanhã com muito mais restrições.
Como fazer para controlar a nós mesmos?
Precisamos parar de fazer coisas que não nos são muito úteis.
Redes sociais e TV, por exemplo. Quanto das 16 horas em média acordado do seu dia elas ocupam?
As redes sociais são projetadas para serem viciantes. Elas são o “cigarro” dos tempos atuais.
Nós temos predisposição de explorar o mundo de uma maneira primata, nos protegendo de coisas perigosas e buscando prazer imediato.
Temos necessidade de aceitação social, de alimento, de abrigo, de sexo, de manter o status, de ter amigos, de evitar fracassos e frustrações, de encontrar prazer…
As empresas sabem disso e falam diretamente para os nossos desejos primatas para conseguirem nossa atenção e obediência.
Precisamos adquirir conhecimento para evitarmos ser manipulados.
Se eu não assumo o controle da minha vida, outra pessoa o fará.
Se quisermos sair dessa espiral negativa precisamos substituir de forma lenta, gradual e contínua, hábitos ruins por hábitos saudáveis.
No começo parece difícil. Trabalhamos duro e não vemos os resultados, assim como no Projeto Genoma. Mas assim que um hábito é instalado, passa ser automático e prazeroso.
Em seu aniversário de 30 anos, Steve Jobs escreveu em seu convite: “Existe um antigo ditado hindu que diz: ’Nos primeiros trinta anos de vida, você forma seus hábitos. Nos trinta anos finais de vida, seus hábitos formam você’. Venha me ajudar a comemorar os meus”
Precisamos aprender a arquitetar nossas escolhas e preparar todo o ambiente ao nosso redor para que elas sejam as melhores possíveis.
Fim de ano é sempre uma época de reflexões. Traçamos novas metas, fazemos novos planos, assumimos novos compromissos e fazemos um balanço de todo o ano que passou.
Aproveite que amanhã um novo ciclo se inicia. Tudo bem que é apenas mais um dia no calendário, mas a virada de ano sempre simboliza novos tempos, novas chances e recomeços.
Que você use essas duas ferramentas pra fazer de 2020 o melhor ano de toda sua vida.
Adquira o conhecimento das coisas que são importantes pra você e crie hábitos e rotinas que permitam trilhar o caminho que planejou, ou que pelos menos ajudem a desviar o mínimo possível da rota.
Que seja uma ano de muita paz, luz e saúde!
E que você seja capaz de fazer a vida das pessoas ao seu redor um pouco melhor.
Vamo que vamo!
Escolha e Colha!